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quarta-feira, 28 de março de 2012

El sombrero mio!



Enquanto houver ar eu viverei, para todo o sempre viverei, a vida curta e bela que tenho aqui. Espero realmente que as ruas não troquem os caminhos e os pássaros não voem mais altos, ainda quero vê-los enfeitando nossos céus.
Sabe de uma coisa, algumas coisas realmente você sabe que são difíceis em nossas vidas, quem não gostaria de ir para Marselha e conhecer a beleza do sul da França. Alguns não! O pensamento de uma pessoa não pode assemelhar a de outra sempre. Deveras vezes sim, mas em realizações não. Deve ser um belo lugar lá, mas tem muitas pessoas felizes aqui.
Por isso que ainda desejo muito viver, a vida é um sopro, um lampejo. Quem dera ser rico e ter grandes dotes para meu gozo. Próximo a mim tem, aqueles que preferem colherem laranjas nos pomares e ter a plenitude da vida com o trabalho e luta cotidiana.
Ainda assim quero ver uma aurora boreal deitando sobre uma grande montanha. Para que esqueça todos os problemas preto e branco que a sociedade e o capitalismo impõem a minha mesa e aos meus talheres.
Perspectivas arbitrárias são o que atribuo a todo esse aglomerado de números que tenho aqui, números e mais números, somente isso, são assim que nos veem pela ótica governamentalista? Códigos, registros e numerações intransferíveis, filas e grandes salas de espera. Ainda quero sentir cheiro de lavanda nelas.
Sábio é o gavião, que vive nos céus e nos olha do alto, com visão aguçada e sagaz. Porque não a águia um animal mais belo e estrangeiro ao invés de uma simples ave da fauna brasileira!? Quem sabe perceba que o Brasil é o colosso do mundo, das belezas e diversidades, não quero e nem necessito de uma ave cinematográfica, tenho a imensidão das águas, fauna e flora. E assim como pode perceber, me distancio de você em pensamento, é melhor morrer nesse solo do que agonizar a um lábaro não louvado por ti.
Qual a estapafúrdia de adquirir bens e enormes volumes nos bancos, a vida toda poupando e evitando usar para seu beneficio, vai guardar para o governo ou para a parentada? A ampulheta findará e nem um cisco levarás, a não ser os atos do passado, sagrado e maculado passado, um misto de ironia e tragédia em sua intacta imagem.


- M.Leite

domingo, 18 de março de 2012

Os elefantes não esquecem


Ainda que tarde já deva ter se pego sozinho olhando algumas letras de sua mente e assim ter respirado com menor impulso, recordando de coisas boas e algumas desagradáveis mas que independente de ruins em alguns aspectos é tão doce de se lembrar.
Pessoas que passaram por nossas vidas, gestos e sorrisos que já  não estão mais a nosso alcance, visual, tátil e telefônico. Algumas delas ou uma, gostaríamos realmente que voltassem para nós, com os mesmos erros e defeitos, não importaria, desde que fosse verdadeiro.
O passado tem uma vantagem, caso seja um grande sorteado de trazer alguém de lá, pois já se conhecem e compartilham de carinho e experiências, não vai mais mensurar o quanto deve falar para não se tornar chato, ou o quanto se deve parar de comer para não ser visto como um guloso, a intimidade jamais é esquecida.
Um sorteio, o que já foi dificilmente volta, por suas consequências e diferentes caminhos que as coisas tomaram para ambos, mas em muitos casos ficam assuntos e arestas inacabadas, palavras que não foram ditas, lugares contrapostos por imediatismos e também a falta de confiança. Julgamos muitas vezes o erro sempre a outrem, de forma que nunca sejamos culpados por algo que não tenha dado certo ou caminho tortuoso que se fez, pecamos em apontar falhas e deslizes, quando poderíamos acenar com a mão em sinal de solidariedade.
Talvez nunca errar ou sempre deixar como está seja o caminho para o fim, alguns erros e desavenças são importantes entre os enamorados, amigos, pais, filhos e parentes, de certa forma todos que erram tem uma qualidade, pois muitos errantes fazem de tudo para reparar da forma mais justa e honesta possível, em contrapartida perfeitos nem sempre fazem por sentimento e sim pela simetria de costume.
A memória não pode ser moldada como os nossos sonhos, não temos essa faceta próximo a nós, infelizmente, ás vezes é dura demais e lembrar de episódios pode ser um tanto dolorido. Mas um tanto generosa, por recordar principalmente do que foi bom e de todos os sentimentos, cheiros e sabores que tenha vivido e provado.
Repensar é dar chances para o amor, muitas vezes deixamos de fazer escolhas certas pela pressa ou beleza exterior. Corpos belos deixam de ser perfeitos com o tempo, o intelecto e personalidade deveriam ser colocados como primeira cláusula ao se relacionar com alguém, pois o que mais vai fazer em sua vida, será conversar e trocar experiências, já o toque é sazonal, e cada vez mais vai tomar conta de que a capacidade de conviver em harmonia com os defeitos e jeitos é a melhor maneira de se viver.
Saudades, restam apenas saudades, de todas essas possíveis voltas, o que mais restam são saudades, a memória é alguém que nos conhece mas salva coisas que temos que procurar, todavia quando achadas o céu pode deixar de ser azul.
Talvez ainda não tenha se decidido, mas poderia lhe fazer a pessoa mais feliz do mundo, assim como as estrelas que sorriem para todos, a lembrança que perpetua sobre os acordes de nossos passos podem ser tão ávida como uma valsa.
Conhecer pessoas novas jamais irá apagar a porção de carinho ou amor que guardou para alguém em seu peito, conhecer alguém novo é dar uma chance para você deixar de se entristecer com quem se foi.
O que é de mais belo e integro é o sentimento exposto, pois é totalmente honesto e fiel aquilo que proferes, caso seja interpretado com escárnio pode-se concluir que o merecedor nunca foi dono de todo esse baú de sonhos e que se o passado quis assim é melhor seguir seu caminho e não se arrepender de nada, pois as paginas viradas varrerão todo o rastro de não reciprocidade.
Voltar atrás não é vergonhoso para ninguém, vergonhoso é manter algo que sente entre seus próprios medos e deixar com que o tempo se encarregue disso, algumas vezes somos parecidos como os elefantes, nunca esquecemos, deixe o orgulho e as vozes alheias de lado e olhe para seu horizonte e projete um futuro novo, a vida e o amor podem sim andarem juntas.

- M. Leite

quinta-feira, 15 de março de 2012

Estou cansado


Estou cansado, cansado de olhar ao redor e ver o tanto de coisas tenho que fazer, é um cansaço diferente que apenas alguns sabem, esses não posso contar quem são, mas repito apenas alguns sabem de qual cansaço estou falando.
         Os dias parecem iguais quando se esta cansado. Não, repito ainda não sabes do que estou falando, os dias são iguais em somente épocas, hiatos ou não, a simplicidade ou o luxo de nada influi nisso, quando se esta cansado, apenas está.
         Quantas vezes já ouviu por ai, estou trabalhando demais ou não aguento mais esse trabalho, minha casa para cuidar e meus estudos, sim, eu também já ouvi, é outro tipo de cansaço, o que realmente você conhece.
         Tem dias o que a luz não tem tanta cor, o céu está encoberto de nuvens e a água tem aspecto morno e ruim demais para se beber, há dias que nem mesmo sei se estou vivo ou morto. Isso não é tristeza, isso não é depressão, não, não é, está na moda ser deprimido para alguns, não é o meu caso, apenas cansado.
         Nunca rasquei um conto que fosse, mas já apaguei muitos, antigamente os outros escritores rasgavam, tenho a plena certeza que era um alívio para eles não deixar as outras pessoas lerem loucuras momentâneas que somente quem escreveu entenderia, eu já apago, estou num tempo mais moderno, onde as pessoas falam demais sem segurança do que dizem.
         Estou pensando agora o que me propôs a fazer algo tão íntimo ou mesmo um labirinto com cubos fluorescentes me confundindo para que fique preso o resto de meus dias ali. Acho que até mesmo se eu encontrasse o Minotauro hoje ele sentaria no estofado, tiraria seus sapatos e me contaria o que acontece na quietude, talvez eu descobrisse como é ser bom um deles.
         Se pudesse fazer com que entendesse seria dizer onde o cansaço lhe consome, algumas vezes na cabeça, outras entre o peito, mas antes dos pulmões, ainda não sei se a alma realmente fica ali, se ela ficar deve ser nela que fica esse cansaço.
         Quando estou olhando para o escuro eu não o vejo, a escuridão é bela, tem aspecto companheiro, está o tempo todo silenciosa, tranquila e nua, não há rastro de algazarra ou estorvo algum que possa me perturbar, porém o que posso dizer é que também ela não tem olhos e eu não espero nunca seus conselhos.
         Estou assim simples mesmo, contando a você o que encontrei na minha última gaveta, é como se um livro de espirais mudasse de título a cada toque digital diferente. O que mais me intriga é o que tenho ainda de fazer para usar o meu intelecto.
         - M.Leite

quinta-feira, 8 de março de 2012

Judie Houmulch


Sou Judie Houmulch, judia e sete anos de idade, vivo num lugar maluco onde as pessoas maltratam as outras e não há paz, mamãe disse que alguns deles vão colher cereais e frutas do outro lado da montanha, e esses nunca mais os vi por aqui, talvez quem sabe consigam uma condição de vida melhor.
Há dois anos atrás minha vida não era assim, com essa mesma roupa sempre, sem meu quarto rosa e minhas bonecas, aqui é feio, tem paredes manchadas e entra pessoas toda hora que nem mesmo sei quem são ou de onde vieram, a noite também, mamãe chora toda noite mas eu não sei o real motivo, ela disse que papai e Jacob meu irmão de vinte dois foram também para o campo colher, e um dia desses perguntei a ela o porque não voltam logo, a resposta foi que tem muito serviço por lá e em breve estarão de volta para casa.
As pessoas dormem em bandos aqui, em alas como se fossem legumes, mas ninguém reage aos homens de farda, também me disse que eles estão encarregados de nos proteger, mas gostaria realmente que a proteção deles não existissem, ontem vi um homem ser morto por não saber engraxar os sapatos de um desses homens fardados com semblante sisudo, ele sabia pobrezinho mas não tinha forças mais, já estávamos sem comida fazia quatro dias e a única coisa que recebemos foi um pouco de água escura que tinha um cheiro esquisito.
Hoje não estou mais como todas as outras meninas de minha idade, tenho uma aparência levemente masculina, meus cabelos estão curtos com os deles e minhas unhas estão negras, olhos profundos e uma roupa maltrapida igual a que todos usam aqui, com isso ninguém pode reparar no meu vestuário.
Existem homens fortes e grandes aqui, são muito malvados, não deixam sequer conversarmos quando estão aqui, ficam com suas armas e toda sua fúria, parecem raposas, raposas vestidas de verde a espreita de sua presa, pertencem a outro país, são loiros e também usam um bordão incomum em suas vestes, alguns no canto superior próximo ao ombro e outros próximo ao coração, uma cruz estranha com extremidades dobradas e se assemelham com um cata-vento, mas os canta-ventos são lindos.
De assalto todos foram puxados para fora do barracão, não esperaram as velhinhas levantarem direito e foram batendo, algumas delas se machucaram de verdade e mamãe estava o tempo todo com as mãos sobre meus olhos e ouvidos, mas claro que tinham frestas e eu conseguia ver e ouvir, o choro era infindo, não entendia o porque as pessoas gritavam tanto e quanta correria e  a agressão das raposas.
Até o ponto que consegui ver, todos que estavam lá dentro, enfileirados, um do lado do outro, as crianças assim como eu estavam a frente de suas mães ou avós e um grande número de vozes falando, orando e chorando o tempo todo.
Foi quando vi uma cortina de poeira levantando voo sobre meus olhos, com um grande número de raposas à sua frente, barulhos incessantes e cada vez mais intensos foram nos atingindo e o céu escureceu e quantas de nós foram caindo singularmente uma a uma sobre o chão que era imundo assim como o coração e índole das raposas.
Fui assassinada aos sete anos de idade em um campo de concentração, tive esse fim apenas por ser Judia, amar a Deus e não ter olhos claros e cabelos loiros, tive de deixar toda minha vida para trás por cobiça e orgulho de um homem só que corrompera a mente banal de muitos outros, alguns poderosos e outros interessados.

- M. Leite


quinta-feira, 1 de março de 2012

Pessoas previsíveis


O que espera do futuro? O incerto, quem sabe uma grande casa, filhos, melhorias nas cidades, um pensamento um pouco comum o seu, todos querem plenitude, querem ter êxito nas coisas que faz e até mesmo nas que se esquecem de fazer.
Incerto, cremos sempre que o futuro é incerto, mas não admito tal conduta mesmo que quisesse, você pode programar sua vida caso queira, o que não vai saber são as pegadinhas que o tempo lhe reserva. Outro dia ouvi dizerem que teríamos mais um novo empreendedor em nosso país, e também acho que minha avó e meus pais já ouviram tanto isso.
Pessoas são previsíveis, as que mais exalam mistério são as mais fáceis de se descrever e mostrar o quanto idênticos são aos outros da sociedade. Uma boba vai no supermercado novo da esquina e cuida de procurar todos os detalhes, após chegar em casa pega o telefone e liga para a vizinha para proferir com toda delicadeza comum a classe sobre o novo estabelecimento, a comadre que está do outro lado da linha aproveita e conta como foi a noite do vizinho que ouviu o som ligado até as 3h22min da madrugada.
A maneira como muitos se comportam cada vez mais é fácil ser catalogada por psicólogos e psiquiatras, uma vez que eles realmente fazem apenas seu trabalho ao invés do que você pensa que estão realmente preocupados com você a ponto de ligarem se chegaram bem do trabalho. Delibero com real sinceridade que não tenho nada contra eles, apenas referi ao pensamento daqueles que pensam erroneamente sobre uma profissão tão generosa.
Algumas pessoas amam filas, mas reclamam o tempo todo por estarem nelas, mesmo o bankline, ou melhor, o acesso eletrônico bancário de sua conta, onde pode fazer quase todos os tipos de transação, cujo  necessita apenas da internet para utilizá-lo, ainda assim gostam de reclamar das filas dos bancos, a propósito, não sou bancário e não trabalho em agência alguma.
Gostaria de encontrar pessoas nas ruas que gostasse delas mesmas, que se preocupassem mais com o que querem do que o vestuário. As roupas por si próprias não favorecem ninguém, a não ser que seja uma modelo, o intelecto de muitos são enferrujados devido a preguiça com a leitura, falta de sonhos e um bocado de desinteresse. Cuidar de sua mente e utilizar dela como seu carro chefe para melhoria da convivência de todos é interessante. Força e ignorância devem ser deixadas pra trás. 
Há sempre um esperto, como dizemos, espertinho ou engraçadinho, que tem sagacidade maior que dos outros ou aguçada, esses conseguem ver as arestas que tem brecha para poder manipular fatos ou circunstâncias em vantagem de enganar alguém, no entanto esquecem que os espertos sempre se estropiam de toda sua esperteza.

- M.Leite
 
 
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