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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Memórias de Nina


Parte 1

Quando olhei para o vento, vi que as jabuticabas estavam amontadas sobre os galhos e muitas crianças ao redor e a colher, percebi a distância, em que meus pensamentos flutuaram entre o passado e o presente, e aqui estou, mais velha e adulta. Oh! É como se uma tarde de verão acometesse aos meus dias áureos, e assim perpetuasse aquele momento. Embora, eu esteja prestes a comprar um pouco de cenouras e tomates, há ainda a salada para fazer. Mas ainda percebo que isso tudo não se esgueirou de mim, estou aqui, e a luz que transpassa as folhas me fornece a gentil companhia, e essas crianças sujas e sorridentes fazem perscrutar meu interior.
         As cartas empoeiradas... De repente lembrei-me delas, ri e chorei, estou solta nesse mundo sem aspas ou pontas a aparar, o mundo se esquivou e eu me perdi. Se importassem todos os méritos que adquiri até hoje, eu estaria sorrindo ao invés de largar meus pés e sentar, questionando o porque do destino e as interferências ocorrerem de modo a atrapalhar os sonhos de uma pessoa, assegurando somente o amargo sentimento de frustração. Muitos insinuaram que tive oportunidades, e a melhor forma de tudo se solucionar é acreditar e correr, mesmo que seja pelos quarteirões.
      Um doce de nozes, tortas e cremes, são tao fáceis de serem feitos, se pudessem provar um pouco de alguns, uma contribuição generosa, exerceria um favor as tuas memórias, as vejo assim, participei de coisas, e cá estou a pensar, que as nozes me lembram do sabor adulto, o que jamais abracei quando menor, o morango sim era meu predileto quando jovenzinha, e como o tempo e as condições climáticas não só mudam a vida vegetal, mas a mim também mudou. O frio faz parte de mim em muitos casos, e o gosto adocicado da fruta vermelha mais famosa, se foi.
       Assim que as aves voarem para o sul, sondarei mais casacos, e o de sempre, gengibre, me faz bem. Acontece as vezes que pensar em todas essas mínimas coisas são tão inúteis e requerem meu tempo e a ocupação da minha mente, acima de tudo, acho ao menos que estou pensando, alguns sequer fazem isso. Há muito do que desvencilhar de meus dias mais escuros e brancos, não como um tabuleiro de xadrez, mas a caminhada  de qualquer homem, ou mulher no meu caso, é mais incerto do que posso deduzir. Hoje tenho sapatos com plataforma, há alguns anos, entendia realmente do tato, sabia quando pisava na areia, grama, terra ou nos paralelepípedos, não havia meias ou sapatos, andar descalça é o que me lembro agora.
      O som do fagote é extremamente irritante quando teu vizinho é um principiante qualquer, o estorvo é tao constante que até a massa de meu pão ficou engordurada, e já nem entendo mais o dialogo da novela vespertina, torço para que se acomode e sua disciplina se esvaia entre os soar do instrumento, assim como vão para as nuvens e os querubins devem estar esgotados de paciência.
        A tendência feminina de me tornar uma senhora mal humorada é calculável, todas as coisas no mundo são medidas e anotadas, um núcleo de pessoas e a matemática unem-se e criam a estatística, a qual é seria, caso prefiras fazer parte dela, os números estão espalhados por todos os cantos, dizem por ai que os homens estão vivendo mais, as pesquisas sobre curas, há inclusive números que mostram pessoas que quebram tabus e outras que os fortalecem, calcula-se mais do que pensas, até o numero de pensadores pode ser mensurado, mas de que adianta? Se o que tens eu teu interior não ultrapassa nada além de teu próprio viver, és totalmente responsável por eles, e ainda talvez se enquadre em alguma esfera estatística, pois bem, não disse anteriormente que tudo pode ser medido? Talvez, se perturbarem meus dilemas com transgressões ou confusões, então não poderão me medir, serei única, o que neste momento vejo que sou.
       Quando a primavera vir, posso ter um pouco menos de angústia ou felicidade, os sentimentos parecem estrelas cadentes, nunca se sabe o momento certo, contudo, a plena certeza que elas estão ali. E pode ser que as veja, ou que vire o pescoço no exato momento, quando chegar a primavera não quero estar com a cabeça inclinada para o lado. Uma folha macetei entre o polegar e o indicador, elas lembram a vida, mas são fedidas como a vegetação sem cuidados, selvagens e verdes, gosto de sentir o cheiro de folhas espremidas pelos dedos, habituei meus sentidos a se comportarem sincronizadamente, há memórias abertas.

- Marcos Leite


terça-feira, 5 de novembro de 2013

X, Y, rio, ciência e sobremesa

            Aventuramos nossa existência num portfólio comum, seja mundial, seja intrínseco, de que nossos pensamentos e posteriores atitudes atuam de acordo com sonhos e projetos. O que seria da vida se não objetivássemos desejos e positividade? Há um fator X ainda ser aguçado pelos viventes, o pensamento de Deus, ironicamente jamais poderíamos pensar como o criador, mas inebriarmos de teu conhecimento.
            Impulsionar nossos sentimentos e feitos de acordo com os ensinamentos, acusas de pronto a dificuldade? A mim também foi concedido tal fraqueza, a intenção benévola e reta pode nos limitar de algumas vontades, das quais no mundo estão em ascensão desde o inicio da carne, todavia, os fardos terrenos e as aflições contribuem para os tesouros espirituais, a integridade e a comunhão.
            Se o fator X remete a luz, o Y jamais poderá viver em teu esplendor, e sim nas trevas, o pecado, a chaga que carrego, tu, nós e eles. Não existe homem, ainda que justo, que não fraqueje, somos todos falhos, mas podemos confiar num espírito perfeito.
           Quando estamos distantes do pecado, as promessas e planos tendem a cumprir precipitadamente, segundo a vontade de Deus. Esvair nossos olhos da cobiça, vingança, o ódio e a luxuria, alguns tópicos do fator negro Y, são muitos, e estamos neste lamaçal sem que tenhamos consciência, contudo, existem nossos olhos para vigiar-nos, e alguns deles estão admirando as iniquidades cometidas e até mesmo as sobrancelhas já se esgueiram para cima fugindo de tal apreciação gentio.
              O que pronunciamos pode ser o rio, aquele que margeia o lado X e Y, pois, tua boca, pode comprometer teus dias e vida, como atrair bênçãos divinas. Como está escrito, a boca fala o que o coração está cheio, se há outra passagem mais conveniente e popular desde o principio, podemos eleger um ranking de versículos famosos que são ouvidos e esquecidos.
            Se usas para praguejar e cultivar a ruína, deves lembrar da misericórdia e do arrependimento, talvez use para alegria, não te assustes se transpareceres em teu rosto, o coração puro formoseia a face, assim como o angustiado oprime o espírito. Lembra-te, a boca está entre as margens, use-a para teu próprio bem.
                A experiência está dentro desse escopo, os homens mais brilhantes e ilustres do mundo, tinham experiência, assim como as mulheres, obtiveram e dela jamais necessitaram conhecer. O entendimento ao decorrer do tempo se torna bom, e grande parte crê que nada mais pode ser apresentado. A soberba e a orgulho adquirem força e o entusiasmo da humildade dissipa de teu coração.
              Na terra não há mente perfeita bastante para dissimular os próprios caminhos e dias, sendo assim percebemos que perante maior atribuição de capital intelectual, mais contribuímos para nos vangloriamos acerca de um legado ou descoberta, incentivando a excentricidade, distanciando e escarnecendo dos céus.
                E diante o rio que margeia os dois lados, e a conduta seguida de acordo com teus dias, o prato final, seja comum como a sobremesa, é familiar, sim, a familiaridade. A temos e conhecemos bem, ela contribui para o fim de muitas coisas, o fator morno, nem quente, nem frio, a intimidade.
             A cordialidade é esquecida com tal sobremesa, ela afeta relacionamentos, condições e expectativas, somamos os dias e as pessoas, junto a oportunidades e possibilidades, e no fim preferimos manter como está. O respeito e o carinho estão próximos, e quando os temos continuamente, esquecemos do valor, e o produto de tal equação muitas vezes são famílias desoladas, entes oprimidos, casamentos arruinados, e o mais comum, a vida infértil, sem prosperidade, e tal resultado é concedido de acordo com nossas escolhas.

 - Marcos Leite



 
 
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