Social Icons

.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O espírito do vale das mortiças



Na noite de perspectivas ébrias de me tornar um grande homem, assegurando a mim um opaco sabor de rum, não que fossemos piratas, todavia, a bebida de Pinheiros, como favorita era o envelhecido rum dos tonéis da adega dos mortos. Tal nome, uma incongruência na recepção informal do proprietário, que vivia mais de seus aluguéis, do que a venda de bebidas, nas quais era um lugar totalmente falido e cheirava a mofo.
Onde a carquilha de teus olhos passavam sombreando a imensidão deste lugar, o som breve dos clarinetes do rádio e o amontoado de homens possuídos pela doçura gris de um roliço charuto, as dependências das quais nos encontrávamos, eram um frêmito de perdição a nossos intelectos, quais julgamos termos afetados pela falta de clemência de nosso corpo a ingerirmos doses excessivas do líquido carmim, quando observado entre a cortina de fumaça e o surrealismo arbitrário de uma mente insana.
Admirando o que pudesse ser observado, vi aos olhos de Jonas, a luz reluzente de um jovem apaixonado, pelos trejeitos angelicais de uma dama, da qual ele jamais a cortejaria devido suas condições como cavalheiro e propriedades, da quais jamais teve. Embora estivéssemos enfurnados no sub-solo de uma espelunca onde nossos corações sentiam dor ao deixa-la, pude compreender a magnitude de seu olhar fixo a mesa e o semblante imóvel, confessando assim, seus desejos e frustrações quando a jovem donzela.  Bastava um ato inusitado, para que o sorvo longo o fizesse engasgar-se, mas não o faria, tal conduta o feriria quanto a nossa proximidade e compreensão.
- Jonas, asseguro-te, és tarde!
- A que queres dizer Miguel?
- A ti!
- Não sabes ainda o que tenho em meu peito, se soubesse jamais trataria de conceber uma pergunta sobre todo o escárnio descomedido de suas ventas e sobrancelhas.
- Asseguro-te amigo, és bela, mas habita outro mundo.
- Se tivesse dinheiro...
- De nada adiantaria, és belo, todavia, tens o segredo que jamais poderia revelar.
- Maldito, maldito, imundo.
- Não te aborreças.
- Se puderes acompanhar-me, a noite está desanuviando o corpo negro e a lua impõe sua magnitude, mas a vejo fantasmagórica hoje. – prossegui.
- Seja menos poético, não passamos de homens inebriados nessa fria e amaldiçoada noite.
A quietude das vias não se assemelhavam apenas a um cemitério noturno, onde as almas giram em torno da capela, amontoadas de desejos e grunhidos. A imensidão de espaço baldio nos trazia um sopro de existência, garantindo-nos a dúvida da vida e a morte, perscrutando os breves e mínimos resquícios de ruídos, uma noite insípida até mesmo para minhas narinas, sem orvalho, sem odores, apenas um vento opressor, cujas as rajadas vistas ao longe nunca colidiam a nosso semblante.
Jonas, um alto e elegante rapaz, com rosto pálido e olhar fosco, caminhava com a destreza sobre as destoadas formas onde os paralelepípedos mal se encaixavam, um mestre ao possuir tal postura e garbo ao driblar tais meros atritos com os pés. Era descrente de qualquer hipótese noturna de ser amedrontado, seja por um cavalo estirado ou um grito vil de horror. Tinha tais pensamentos focados a formosura de uma moça, que fora repreendida de teus desejos após um ato insensato e inconsciente de ternura e ódio descomedidos.
Matara o irmão de Jacqueline, com golpes de uma adaga familiar, garantindo a polícia um álibi pouco provável mas aceito, que tal tarefa tenha sido heroica ao salvar Denis da mãos de dois meliantes que o seguiram e o esfaquearam até que suas vísceras começassem a jorrar de teu abdômen. Consentido pelos civis, a farsa nunca foi aceita pela população, o martirizando e negando trabalho e suas filhas para o seu sentir íntimo e pessoal, o amor. Esteve só por anos, e ainda continua com tributos recebidos a custas de inquilinos e o acentuado costume de ir ao bordel.
Eu de minhas improváveis amizades e história, aceito como louco, escrevia no jornal textos filosóficos, que obviamente não era a parte mais apreciada do folhetim, se estivesse usando de minha linguagem para encenar a trama fajuta de tal sociedade, trataria de comprometer os homens de respeito e suas mulheres numa valsa de desejos e orgias nefastas sobre o solo da santo e puro em que habitávamos.
- Miguel! Acreditas que sou o culpado da morte de Denis?
- Caro, não trataria de assumir uma opinião quanto a suma competência de afastar-te de mim ou deixar-te colérico.
- Então, acreditas.
- Foi você?
- Céus, não o matei.
- És o único possível, assassino, os meliantes nunca existiram.
- Sim, existiram.
- Um agourado homem.
- Sim, talvez eu seja, entre os dois anjos, do vale das mortiças, há uma caverna enlodada e escorregadiça, após o acontecido, eu caminhei numa noite após sair do La Femelle[1] e encontrei dois lenços, um era de Denis e outro tinha apenas a letra V.
- És maluco!
- Se não crês, deveria acompanhar-me. – relutou Jonas.
Dentro das perspectivas mais comuns de um homem, o corromperia de seu breve intuito da mentira a tornar um real e culpado homem que aceitasse o erro e garantisse uma menor pena no inferno.
Prosseguimos pela rua onde se encontrava o vale, e lá o que mais amedrontava era o aspecto nu dos anjos e suas iniquidades e vergonhas sendo exploradas por nossos olhos e de todo o ser pestilento que ali passasse ou habitasse, havia ainda dizeres que a terra ali era feita para atribuir feitiços e magias.
- Vês Miguel agora!?
- Sim, vejo e percebo ainda que o matou.
- Claro que o matei, imundo, e maldito, perece até hoje na terra, não sabes o quanto sou grato por ter o esfaqueado tantas vezes e a boca e seu abdômen sagrarem com tanta palpitação, sinto como se tivesse o feito hoje e ainda sou grato a mim mesmo por tê-lo executado.
- O que importa a mim?
- Nada, apenas o queria aqui.
- Acerca...
          - Acerca de mostrar minha real identidade. – interpelou Jonas.
- Não é necessário, já o sabia, mesmo que não tivesse envolto no caso, claramente percebi sua injúria contra Denis ao lhe prostrar em praça pública, o humilhando e esvaecendo sua boa intenção com Jacqueline.
- Teve o que merecia, e isso não é o simples fato, apenas o matar me fez querer viver.
- Se pensas assim, tratemos de voltar.
- Voltar? – zombou Jonas.
- Ainda não percebera Miguel.
- Não, ainda não o compreendi, mas tenha certeza que sou mais sagaz que Denis.
- Não o mataria amigo, mas o levaria comigo.
Ao som entonado de tua última palavra, compreendi, onde estava e defronte a tal imundo e medonho espírito eu estivera, Jonas Pinheiros, fora assassinado pela família de Denis três semanas após o caso Ferraz ter saído na mídia da cidade, fora decapitado após sacarem os olhos e queimarem o corpo, a polícia deixou o inquérito engavetado, fazendo assim o gosto da família endinheirada do barão, o comentário em questão na ocasião, fora que o demônio tenha vindo busca-lo após suas transgressões em terra, obviamente que culpado, todavia, sem tal malevolência determinada pela população.
A mim, o que resta é entrar na canoa de Caronte e pagar-lhe o óbolo, já que Jonas meu austero amigo, tenha me buscado do mais enfadonho lugar e trazido a outro pior, assim como em vida, pagar o que fiz em toda minha existência em terra, após a cólera e o enforcamento de Jacqueline, aquela ocasião foi tremendamente prazerosa, ainda não posso contar a Jonas, aposto que ele não soube, intimamente talvez ele o entenda, e meu amor por tal amizade, ele acate como boa atitude, e quem saiba zombe também ao ouvir que tratei de afogar o barão com pedras amarradas em seus pés e braços. Se não fosse tamanha estapafúrdia, ele ter ido ao lago, ébrio e com muitas verdades a proclamar aos ventos, eu não o encontraria, ao sair do La Femelle, o acertei abruptamente na cabeça com um pedaço de madeira, e o amarrei sem deixar pistas, usei luvas de couro e o empurrei até que o lago pudesse o consumir. Velho embusteiro, mereceu ter tal fim.
E que então peguei a mão do espírito no vale das mortiças e encontrei a paz, e o desespero que talvez me espera, mas sei que o efêmero prazer dos assassínios cometidos por mim, tenham se evaporado com a presença inconstante do horror que conheceria após adentrar a caverna, de mãos dadas a meu amigo assombrado.

- Marcos Leite




[1] La Femelle: A feminina, em francês. Casa noturna da cidade apelidada como bordel, prostíbulo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Bilhete de loteria


                Estamos a beira do abismo, quase sempre, pensávamos assim, pensamos assim e pensaremos assim, acerca de qualquer problema que o destino nos atribui em forma de presente. Ter problemas é tão comum como escovar os dentes, já faz um bom tempo que temos problemas, e tais na maior parte das vezes resolvemos, entre a aflição de pulsações elétricas de nossa mente e outras vezes a pressão do meio.
                Assustador não é o que temos de enfrentar, sim o que temos que suportar, num regime com mãos de ferro, os problemas são aos poucos conformados, os assassínios e punições se tornam banais, um dia, uma estatística nova, dois dias, outra nova estatística. Para que se importar com as dificuldades que tens, sendo que a falta do dinheiro talvez só adie um luxo. Ou quem sabe, possa tirar da forca alguém, se puderes, evite tal problema.
                A saúde é como uma ampulheta rechonchuda, aos poucos se esvai, mas sempre pensamos que, ainda estou novo, estou forte e nada me acontecerá. Porém, o vidro que isola a areia vital, não passa de três milímetros de espessura.
                O grande golpe que sinto em meus dias não são o trabalho, nem tampouco as horas que o trânsito suga, mas sim minha inanição espiritual de não obter sequer um sentido diário para meu ser. Um dia e outro, e mais outro, todos idênticos, vidas comuns, pessoas comuns, sem nenhuma breve genialidade, embora, quisesse entender tudo que se passa, vou prorrogar isso ainda mais, comprarei um livro de filosofia, e pensarei como ele, acerca que seja respeitado, mesmo sem que possa discordar das estapafúrdias que ali estão dissertadas.
                Quanto mais pensamos na futilidade humana, menos saímos dela, ainda duvido que tenha deixado de usar a internet para seu próprio gozo, ofuscando sua consciência intelectual de absorver conteúdos imprescindíveis para teu desenvolvimento perante seu próprio ego. Raro, agora, se mentes, não enganas a ninguém.
                Perambular pelas vias nuas e lúgubres, cria a atmosfera natural da solidão e do amor por tal situação, se conheces o negro da noite, se encantará com o bucolismo das ruas, mas seja sensato se não perceberes nada, poucos percebem, há coisas mais urgentes e isso não passa de um diálogo de malucos.
                Piegas e vil, gratificante o modo que grande parte dos continentes insinuam sobre a vida, uma tarefa árdua, trabalho, trabalho, pouco dinheiro, muito a se fazer, Deus é o grande culpado, se ele existisse, no mundo não haveria fome nem guerras. Oh! Lamentações e heresias. O mundo é uma farsa, onde todos reclamam demais por não ganharem na loteria, mas sequer compram o bilhete.
                Os dias são mais nobres quando se está velho e cansado, pois, cada dia vale o gosto de aprecia-lo, breves vinte e quatro horas. E a beleza das manhas continuam a florescer e o espaço imenso da noite nos acomete as luzes das estrelas.

                - Marcos Leite


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Temor



Os vales das mentiras e iniquidades jorram o frenesi de prazeres atuais e rápidos, assegurando a ti uma doce dose da peste, a negra e malevolente peripécia da maldade e suas atribuições a teus passos e caminho. Nada que pudesse compreender uma gota a menos do liquido negro a ser deglutido, aposto que de todas os seus voluptuosos anseios estiveram longe de estarem ébrios, como agora encontras.
A vida e as águas, o caminho duro e arenoso, surte tal incongruência na vista de alguém que há pouco, cego e temido de sua clemência a denotar uma parcela de luz dos céus. O negro e pútrido desejo maligno a corromper-te próximo a teus cílios, jamais encontrarás um caminho correto, se não confiares. Daí a pouco, entrará numa saraivada de deboches e um escárnio acentuado, assegurando a ti a vergonha e inocência próximo as bocas imundas.
Não vaciles, a ordem é divina, a ampulheta findarás, o cargo e as suas referências cairão por terra, e tragado serás para o confinamento de suas heresias e flagelos construídos a cerca da soberba e magnitude financeira, já que nos se pode ao menos conceber um ônus a tal lugar que estás, proponho que deixes as notas e moedas para trás.

És tão idêntico quanto ao que estás na sarjeta, não se refere a presidentes, comandantes, cantores ou meros catadores de lixo. O lábaro que finco é em nome das pessoas, e todas as quais vivem e pensam, não sugiro um réquiem, não cairia bem com a ocasião.
Nunca confiastes? Jamais. És mais um de muitos outros. Saiba, todos dobrarão os joelhos, sem exceções, achas ainda que não seja o tremendo e poderoso? Neste momento de nada sei, estou aqui, e o lugar esta abaixo de minhas sensatas conclusões e percepções. Mesmo assim não perdes o orgulho? Algo a ser pensado talvez. A morte não tardarás.
A luz do amanha, o Alpha e o Ômega, a imensidão dos sonhos e do amor, a chaga perversa do mundo não foi instaurada por sua magnitude e benevolência, mas o maligno em suas atitudes cruéis e vis. O mistério de todas as coisas, o universo e a grandeza do amor, nada existiriam.
Tomeis a palha e quando a intuição de teu peito lhe aflorar, não estribes, o raio de luz o tocarás, e a graça o abençoarás, não importe com os demais, tu não serás ferido, cuide para que sua mente esteja em paz e a tua fé seja o bastante para escalar o temor, ele é a primeira regra para viver. Segure mais uma vez neste pedaço de palha e guarde em teu peito o onírico recado passado por mim.

- Marcos Leite


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Caronte



Falta muito tempo para viver
Se pensar que a vida é longa o bastante
E encontrar a amplitude e dimensão
Da agilidade das nuvens e o sopro do vento

Tenha pena de ti,
Pensar que a vida é extensa como um exemplar de bolso
Raro aquele que entende,
Não passamos de folhetins

Um brilhante com rubis
Um gato com olhos azuis
Vaidade.

Retorcidas as muralhas do destino
Traço as rochas o gosto do amor
Perdurando assim,
Os doces desejos de um ébrio mentor.

- Marcos Leite

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A esfinge nua


Desfeito os braços cruzados, entre as avenidas principais, os olhos pulam para as extremidades crepitantes, o ar é fosco e denso, o que se assemelha um golpe de fumaça, tal, muito conhecida pelos que grunhem entre os carros e as motocicletas.
Uma esfinge, gigante, urbanizada, com traços da Gioconda nos lábios e olhos severos, és assim, adentra o pensamento de que a vê, imóvel e nua, longe e fria. A companhia dos enlodados das ruas, com as velhas vestimentas e a grossa pele a vagar. Andarilhos, pedantes e mendigos.
Um piscar de olhos e nada disso verás, a intempérie se encarregará, o que se pode apenas suportar é um pouco mais de ar fresco longe disso, não tratará de conciliar-te mais com a esfinge, os dias e as horas serão apreciadas, a pintura gigante, esmorecerá de suas vistas. Queres um sino azul? O Natal está breve, se acalente, o preço não é tão alto. Apenas quero suas noites.
Uma fermata de pensamentos, assim, mas continue, não lhe restará muito deste corpo belo e jovial com o passar do tempo e a deterioração das ruas. Apenas o seus olhos, quero também admirar. Mesmo que os meus tenham dono, já estou com idade elevada, mas há fartura em meus bolsos.
Ainda assim com dedos imundos, vejo que serão alvos e dóceis, não apeteço a ti? Fale mais, estas de boca fechada, mas teu semblante lhe entregas.  Contemple-a pela última vez, ela não te devorarás, e de adeus para a esfinge.

        - Marcos Leite

sábado, 3 de novembro de 2012

Líquido alvo



O que resta de um último gole, quando não há nada nem ninguém em que se possa contar, alguns dias a mais ou  a menos, caminhos que não darao em lugar algum, e encruzilhadas, grandes goles de etilico e um brasante cigarro entre os dedos, de nada sei, nessas circunstâncias estaria apenas pensando no quanto de dinheiro ainda me resta.
         Calças surradas, calçado velho e um chapéu marrom, não necessito de mais, já esta a meu gosto, simples e formoso, os luxos deixei para trás, e calculo que isso tenha me feito bem, já não procuro mais disperdiçar meu tempo com coisas banais, mas lhes notifico, minha insensata beberronice, sim, sou um bêbado, daqueles bonitões, que arrancam suspiros e com olhar fatal, mas não passo de um velho saco de estrume em pé, e aos poucos a medida que o tempo e o álcool forem me tirando, me tornarei imprestável, oco e fraco demais para tentar novamente.
         A condição de um ser humano a se tornar meu companheiro, é tao simples como ir a padaria, rapidamente toma conta de si e faz o que sente vontade, e a vontade atribuída a falta de controle, infurnado em seu orgulho e ainda com um traço de implicância, conseguirá provar para os outros que quem realmente manda em sua vida é você.
         Proibido, já ouvi muitas coisas assim, já tentou algo com alguém que lhe pareceu fácil? Realmente foi muito fácil, não é? As pessoas são muito fáceis, tão fáceis que chegam a ser desinteressantes, um dia claro para o sabor da luxúria, é caro, o líquido que esta em seu copo, desperta isto em teu corpo e na mente, mas não disperdice, não há nada que temer, vai apenas aumentar sua lista pessoal de encontros instantâneos, e convenhamos, todos homens querem faturar mais que os outros?!
         Quando estiver cansado, passe por aqui, o balcão não te desamparará, reservo pra ti uma mesa se quiseres, mas se não tiveres dinheiro nesta ocasião, talvez então peça algum coroa maricas que lhe pague e você o retribua da maneira que lhe for conveniente, mas não deixe de me visitar, pois sabes, o que vale é nossa amizade. Um sorvo e abraço sua mente como ninguém nunca fez em sua vida toda, bando de falsos e miseráveis, sempre preocupados com si mesmos, e nunca olharam para ti, mas estou aqui, límpido e alvo, a tua espera.
         Levante esses olhos, não seja um fracote, estou ainda inteiro, ah! foram algumas, mas és forte e irá aguentar mais, mas ouça, caso não voltes para casa, saiba que tenho sua amizade em mim, e estarei contigo, mesmo que nas gotas de suor.
         Empunhe mais uma vez o copo. Olhos vermelhos, Oh céus! Já foste um belo e forte homem, e já esta se encarquilhando, um brutamontes torna-me mais feliz, pois quando o derrubo, tenho a plena convicção que mando na maior parcela do mundo, e que nada é tão fácil como derrubar alguem vistoso e saudável.
         Tens razão, já fui forte, bonito e garboso, não passo de um descabelado e barbudo com cheiro mais fétido do que assemelhamos a um gambá, sem vida e família, a beira deste maldito balcão e falando com um líquido alvo. Já percebera que ganhastes?

- Marcos Leite

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A musa do Brasil



Nos mais altos galhos, a desposa
Oh grande! És tu! Óh Sabiá
Em reverências mil ao Brasil,
És a flâmula com asas deste país

Em grandes alaridos
Desanuviam o canto matriz
Sob a copa de uma árvore
Canta para Minas, a riqueza de suas vestes

A imponente da musa do Brasil
És tu, Oh grande! Oh Minas Gerais.
Das encostas e as serras mais próximas dos céus
Assim, Deus, fez-te com cuidado
Para que inspire, o coração dos poetas.

As águas da gruta,
Inundam os rios e ribeirões,
Mostram com formosura,
A cordilheira da imensidão.

Quem é aquele que não te conheces?
Não lhe apetece as belezas
Em terras mineiras, as sementes brotam
As plantas vingam e as nuvens choram

Oh lábaro encantado
Esfuzie no peito daqueles
Que de ti se orgulham,
Pois em ti morreriam em paz.

És musa, És singela, És Minas
Em seu interior florescem as belas flores
Em serenata com  gotas da chuva
Desenhando no céu
O grande arrebol de Minas.

- Marcos Leite

 
 
Blogger Templates