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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Humilde infância

Aquela manhã de segunda estava fria, as portas da escolinha estavam abertas a espera dos alunos, os novos alunos, aqueles que debutariam a grande 1ª série. Muitos pésinhos pra lá e pra cá, crianças sorrindo, brincando numa algazarra infinda. O sino bate e cada uma entra em sua sala, nesse dia as mães estavam junto, deixando os pequeninos com suas professoras.
 Após a chamada, os alunos começaram a se olharem, haviam três rapazinhos que se olhavam e começaram a conversar.
Um deles era falante, dentuço, olhos castanhos claros, tinha sardinhas e era muito agitado.
Outro era um pouquinho rechonchudo, com bochechas fartas, pele morena e muito sorridente.
O último era magrinho, simpático, um pouco tímido e presente ao mesmo tempo, ria dos outros com uma ternura constante.
A professora disse:
- Meninos, silêncio! Daqui a pouco todos vão se apresentar aí vocês falam de vocês.
Os dias foram se passando, os três meninos iam crescendo, passando por novas experiências, novas surras, brincando, caindo de bicicleta, sorrindo, chorando. E assim seus dias eram preenchidos.
Na 8ª série, cada um tinha seu devido estilo, suas características intrínsecas tinham sido evoluídas, os amores tinham passado por suas portas, as bebidas tinham passado por eles, os cigarros escondidos e também o trabalho.
A amizade que neles era mantida perdurou desde a infância, desde os pésinhos pequenos, até as baladas no interiror.
Porém o que nenhum deles sabia era que a amizade entre eles jamais se perderia, houve momentos de fúria, momentos de discussão, de desconfiança, de sorrisos interminavéis, de apelidos e de comunhão entre si.
O dentuço deixou de ser dentuço, e tornou-se um jovem escritor,
O gordinho continuou gordinho, mas tornou-se um admirador da vida e sonhador de sucesso na vida,
O magrinho também continuou magro, mas aceitou mudar-se e tentar a vida sozinho e com êxito.
O tempo passou depressa demais para eles, os dias frios da escola tinham sido esquecidos, as broncas e atrasos também, o que ficara na mente de cada um, no coração do trio era sempre e intensamente todo o sentimento que houve em suas jornadas conjuntas, das brigas, das enrascadas, dos lugares que nadaram, que sorriram, dos apelidos e das sortes que tiveram.
Hoje não estão mais unidos, o tempo os pregou essa peça, rumos trilhados arbitráriamente, cada um com sua respectiva vida, embora longes estão próximos demais, pois o telefone nunca pára.
Saudade! Saudade de ficarmos juntos embaixo da grande construção da paróquia, saudades das voltas de bicicleta, das festinhas, da praçinha e dos trabalhos de escola.
Um dia em mais ou menos tempo, cada um deixará aquele abraço de despedida, a vida também se minguará e cada um deixará de brilhar uma hora.
Porém o que na vida deles o que mais contou, foi a amizade e o calor do amor.

- M. Leite (26.01.2011)

P.S: Aos queridos, Bruno e Felipe, meus amigos.

Um comentário:

  1. Marcos,
    Lendo o texto lembrei-me com saudades do meu tempo de ginásio.
    Belo texto e homenagem.
    bjs Beth

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