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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Loiro



   Por aquele corredor iam com certa pressa um garoto e uma jovem mulher, estavam sorrindo e conversando, a manhã fria os acolhia para o desjejum. Entre as garrafas, bandejas e copos, conversavam sobre seus dias atuais, expondo iniciativas, desejos e anseios.
    Os pães estavam alvos e crocantes, o leite pelando e os talheres estavam entre os guardanapos. A cada inda e vinda de cada assunto uma mordida e outra se ouvia dos pães suculentos sendo apreciados. Apontou sobre a pilastra um belo rapaz, com olhos meigos, boca singular e semblante garboso, estava sozinho entre as pessoas, como se fosse exclusivo aos olhos dela, ele andava calmamente entre as bandejas e os pães. Seus cabelos loiros e sua pele clara acresciam seu encantamento e atenção por ele. Era alto, tinha pés e mãos grandes, sorriso envolvente e era muito viril.
Ele andou sinuosamente em direção a eles, sem nem mesmo perceber a vizinhança presente, se assentou no estofado ao lado. Calmamente ele deixava sua mochila ao lado.
O olhar da jovem estava estagnado, com muita ternura e carinho pelo rapaz, a cada piscada e movimento dele era um breve suspiro dela. Em sua mente ela criara um mundo totalmente novo, com possibilidades e desejos escondidos, imaginava como poderia ser se estivesse ali a frente do rapaz.
   O salão em que estavam tinha uma temperatura confortante, entrelaçado de pilastras e vidraças espaças em suas paredes, havia muitas cadeiras e mesas, um pouco de luxo e requinte.
    Ela podia contar quantos cílios o belo loiro possuía, se ela pudesse parar e admirá-lo sem pressa ou recusa. Com todo esse carinho e atenção ele levantou e se foi, caminhando como de costume vagarosamente e desacelerado, tinha muito charme e aparente integridade, ultrapassou a porta e se foi. A jovem garota não estava deprimida, mas sabia que aquela flecha do cupido só tinha a acertado. Os minutos continuaram a contar, chegou o almoço, o fim do expediente e finalmente seu sono e com ele, a pequena luz que fora acesa pela manhã, apagou-se.


- M. Leite (29.10.2010)

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