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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os sinos não dobram, se quebram!


           O pensamento atormentado de pessoas que clamam por ajuda é entoado freneticamente por suas cordas vocais, cordas e coros, muitas delas, pessoas desesperadas entre uma chuva de chumbo e desatino de sangue. A fumaça da impiedade invadia todo e qualquer canto, assim contavam os pássaros que fugiam e choravam.
O som contundente da marcha seqüente temia e arrepiava espinhas, e olhos banhavam rostos por onde passava, já era uma loucura surreal, não havia segurança dos pais, pessoas mortas, ensacoladas, sem cerimônias ou reconhecimento. O dia era negro, e as semanas também.
Mãos de ferro no controle, ira, pensamentos, ideologias, carnificinas e genocídios. Nem o sol mais brilhava, a fuligem dos canhões e os destroços já se adequavam a pintura futura do grande jornal que a publicaria.
Os traços da tirania eram marcados no chão, pelos tanques e carros ferozes que pareciam raposas rajadas de verde e marrom, a presa eram humanos, sanguinárias e fulminantes predadoras deles, mesmo que não tivessem culpa de nada.
                O lamento do urutau personificado no blues invadia corações daqueles que se perderam nesse lago sem fim, escuro e maculado. Sem vestes e pertences escondiam alguns atrás de portas e diques. Sem que soubessem que a radioatividade encarregaria de os consumir.
                De fato os sinos não dobram e sim se quebram, deixam de tinir e anunciar belezas e as flores da primavera, deixam a vida e a plenitude.

- M. Leite

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Constatação científica


Espero realmente que tudo valha a pena, realmente penso que o ar emputrecido corre em meus pulmões, o ar que exala de toda essa babel que vejo todos os dias e em cada momento parece complexa o bastante quanto controlar átomos desenfreados.
Moléculas de pensamento, pensamento fajuto, daqueles específicos para provas, dar recados, enviar mensagens ou pedir um suco. Desses pensamentos nada retiro, apenas gasto minha saliva, o que realmente valeria a pena é elucidar convicções e deixar de questionar anedotas presentes.
O que move as partículas ou não, isso apenas faz diferença para físicos, se partirmos do pressuposto que alguns deles nem mesmo sabem o que é o amor, de fato para tais é de uma importância extrema o movimento delas, já o coração é singelo, não necessita de tanta sabedoria, o instinto de amar e reconhecer generosidades e atenções é real.
Possibilidades induzidas, oportunidades impostas. Ah! Quantas delas vemos todos os dias, parecem mais uma chuva de meteoros sobre nossas frontes. Mas eu realmente espero que o vento e passe por mim e não me deixe esquecer que minha passagem por aqui não é um fardo e sim uma graça.

- M. Leite.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Lábios semelhantes

            
               De súbito sua mão foi tocada por aquela outra grande e áspera, o som estava alto e o balcão úmido, as cervejas tinham sido muitas e toda aquela cortina de fumaça exibia um aspecto noturno comum.        
- Olá! Creio que aceita mais alguns goles, perto de mim?
- Se houver ânimo!
- Talvez eu o conquiste.
              Aqueles lábios sinuosos e vermelhos entre os pelos da barba por fazer falavam palavras legais e assertivas induzindo ao ponto que queria chegar, não era tão difícil naquela altura da noite que se encontravam, mas a realidade era propícia.
Copos e garrafas ao balcão, lábios que conversavam entre si, sem mesmo palavras, apertos e leves sussurros saltados das narinas ofegantes, nada era melhor, nem mesmo o álcool ou a música, pois o doce e flamejante contato bastava.
               Sob os tênis, calças jeans, camisetas bonitas e as barbas, foram-se embora, daquele tempo que restou foram momentos sinceros de desejo e euforia, e talvez um bilhete assinado com o telefone.

- M. Leite

domingo, 18 de setembro de 2011

Tipos de amor?

 Ás vezes após despertarmos nos questionamos de várias coisas, coisas que deveriam estarem concisas em nossas mentes, por exemplo o sentimento que temos pelo próximo.
O sentimento é mais do que algo que toca seu coração, invade sua mente ou te ira em muitos casos. Ele é generoso, agrupa e compartilha com pessoas diferentes algo que é seu.
O amor, deveríamos ter a plena consciência que é definido, que amamos uma pessoa e isso nos faz bem, mas ele parece traiçoeiro, pois, na maioria das vezes temos respeito e boas intenções, mas o sentimento que lateja no coração, em algumas vezes parece não existir.
Ah! Que imensidão de dúvidas, gostamos de pessoas que julgamos perfeitas para gente, mas elas sequer querem saber de nós, outras se doam, como se fossemos os últimos do universo, e na maioria delas, tratamos com carinho, mas diferença na reciprocidade do amor.
Há também o sentimento escondido, vulgo platônico, ele é intrínseco, somente você sabe, convive e conversa com ele, quem sabe, o tempo todo. Ele é bom, pois é fantasioso, você cria hipóteses e possibilidades jamais vistas, casos e acasos que não existem e alguns dificilmente ocorreriam se você estivesse com aquela pessoa. Fantasia por pensar que a vida com outra pessoa é somente feita de pirulitos de chocolate e piscinas de gelatina.
Pessoas diferentes e caminhos opostos, como é complicado o mundo do amor, para muitos é fácil, pois pensam que amar é apenas estar casado e ter alguma relação de corpo com outro, alguns se apóiam, outros se aproveitam e outros apenas se desentendem, mas isso não pode ser considerado amor. Se não se sente bem qual o motivo de estar com outra pessoa que não tem afeição? Justificar-se pelas circunstâncias temporais é trair você mesmo, lealdade e integridade são os pilares do amor que compartilha e do próprio. Ame, mas que seja de verdade.

- M. Leite

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Diga o que é bonito para você também...

 Há dias que você se sente como se um vazio no seu peito estivesse te consumindo e sugando suas forças e pensamentos, há momentos que nem mesmo eu sei quais são os motivos de tais singularidades e sentimentos.
Costumo pensar que entre as folhas jovens jamais poderá habitar uma seca e corroída, o tempo dela já se foi, da mesma maneira são as palavras ditas anteriormente, jamais poderão as novas infundi-las apenas por serem novas.
Alguns dos problemas de se sentir extasiado com o vento ou a canção que te lembra algo é nostálgico, mas não é nada generoso, as chagas tocadas na maioria das vezes não foram tratadas como de costume, quem sabe não tenha faltado carinho?
Contestar e duvidar das possibilidades vividas é em vão, o passado está varrido, projetar e elucidar o presente é o ideal, tornar sua colheita farta daqui alguns degraus depende da mucosa vermelha de sua face, porém o seio conta, dele vem a intenção.
E quando sentimos a onda de sussurro do perdão, alcançamos a plenitude, entramos em nossos sentimentos secretos entre as prateleiras de cobre e a poeira de nosso consciente. O surrealismo reina, no entanto o amor desatará todo e qualquer vestígio maligno.
Entre as porcas e os parafusos que não se encontram, nossos atos e sentimentos banais e sombrios os adéquam a atmosfera em questão. Porém a fertilidade que o esplendor os encontra de assalto, cegando a mesquinharia e a maledicência é exata. Triunfar é o mesmo que querer, chegaremos onde quisermos.  A vida em si já foi um presente...
- M. Leite

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mundinho lindo


             Creio que o mundo seja muito estranho, ele carrega tantas coisas em sua pele que talvez ele mesmo conteste qual o motivo de todo esse parasitismo.

As ópticas de se ver a atmosfera terrestre é impressionante, induzir ao erro da química que também somos gases ou intensificar cada vez mais aquela aula chata de biologia que frisa sempre a mesma coisa da reprodução de células, osmose e fotossíntese!?
Porém o mundo carrega coisas talvez menos importantes como os congressos nacionais, câmaras e organizações meramente lucrativas, talvez deles a terra ostente algo, quem sabe de money ela não goste?
E o que mesmo conta é a voz rouca das ruas ou as letras engomadinhas dos periódicos que invadem e sujam as vias? Realmente nada sei, e disso nada vai mudar, eu sou apenas uma prosa e você pode ser um leitor, um astronauta, um espião ou o mais costumeiro, um palhaço imposto por alguém.

- M. Leite

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Belos seres voadores


Singelos e pequenos de nascença, estão por todos os lados, cantando e voando, fazendo o farfalhar nas árvores e céu, coloridos e exóticos, os pássaros, que criação tão imponente!

Conhecem e vêem coisas que nunca vimos e não veremos, eles voam por toda a terra, lugares desconhecidos, altos e longínquos. Mas se parecem comuns, porém sua beleza todavia não é apreciada em alguns casos. São belos e astutos, suas fortes asas impulsionam o vôo, aquele certeiro, com acrobacias e técnica, ágeis e cautelosos. Jamais construiremos tal obra, ainda mais uma que é tão generosa, que alimenta-se do que nos sobra e embeleza nosso olhar do grande azul acima de nossas cabeças.
De toda humildade e graça que habita no coração dos pássaros, há uma desvantagem, por não se ocuparem de maus sentimentos, caem em armadilhas dos humanos, alguns morrem e outros são presos, ou melhor, castigados em uma gaiola com alpiste, as vezes frutas e água, sua sentença eterna e injusta, nada nos foi feito, apenas exigem seu canto, o egoísmo é interpretado de tão clara forma que algumas flores murcham de tristeza, como prender um ser tão exuberante, em troca apenas do canto somente para si!?
Ah! Os pássaros, tem a imensidão do céu, voam por toda ela, anseiam da liberdade e espaço que lhe foram entregues, são seres de espírito livre, em sua breve vida, ser livre é seu destino, pois ainda que soltos, cantam e enfeitam os horizontes para quem quer que seja, sem que nos cobrem nada.

- M. Leite
 
 
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