Estamos
a beira do abismo, quase sempre, pensávamos assim, pensamos assim e pensaremos
assim, acerca de qualquer problema que o destino nos atribui em forma de
presente. Ter problemas é tão comum como escovar os dentes, já faz um bom
tempo que temos problemas, e tais na maior parte das vezes resolvemos, entre a aflição
de pulsações elétricas de nossa mente e outras vezes a pressão do meio.
Assustador
não é o que temos de enfrentar, sim o que temos que suportar, num regime com mãos de ferro, os problemas são aos poucos conformados, os assassínios e punições
se tornam banais, um dia, uma estatística nova, dois dias, outra nova estatística.
Para que se importar com as dificuldades que tens, sendo que a falta do
dinheiro talvez só adie um luxo. Ou quem sabe, possa tirar da forca alguém,
se puderes, evite tal problema.
A saúde
é como uma ampulheta rechonchuda, aos poucos se esvai, mas sempre pensamos que,
ainda estou novo, estou forte e nada me acontecerá. Porém, o vidro que isola a
areia vital, não passa de três milímetros de espessura.
O
grande golpe que sinto em meus dias não são o trabalho, nem tampouco as horas
que o trânsito suga, mas sim minha inanição espiritual de não obter sequer um
sentido diário para meu ser. Um dia e outro, e mais outro, todos idênticos,
vidas comuns, pessoas comuns, sem nenhuma breve genialidade, embora, quisesse
entender tudo que se passa, vou prorrogar isso ainda mais, comprarei um livro
de filosofia, e pensarei como ele, acerca que seja respeitado, mesmo sem que
possa discordar das estapafúrdias que ali estão dissertadas.
Quanto
mais pensamos na futilidade humana, menos saímos dela, ainda duvido que tenha
deixado de usar a internet para seu próprio gozo, ofuscando sua consciência intelectual
de absorver conteúdos imprescindíveis para teu desenvolvimento perante seu próprio
ego. Raro, agora, se mentes, não enganas a ninguém.
Perambular
pelas vias nuas e lúgubres, cria a atmosfera natural da solidão e do amor por
tal situação, se conheces o negro da noite, se encantará com o bucolismo das
ruas, mas seja sensato se não perceberes nada, poucos percebem, há coisas mais
urgentes e isso não passa de um diálogo de malucos.
Piegas
e vil, gratificante o modo que grande parte dos continentes insinuam sobre a
vida, uma tarefa árdua, trabalho, trabalho, pouco dinheiro, muito a se fazer,
Deus é o grande culpado, se ele existisse, no mundo não haveria fome nem
guerras. Oh! Lamentações e heresias. O mundo é uma farsa, onde todos reclamam
demais por não ganharem na loteria, mas sequer compram o bilhete.
Os dias
são mais nobres quando se está velho e cansado, pois, cada dia vale o gosto de
aprecia-lo, breves vinte e quatro horas. E a beleza das manhas continuam a florescer
e o espaço imenso da noite nos acomete as luzes das estrelas.
-
Marcos Leite
Excelente texto, meu amigo, a vida é feita de valores, bem maiores que um bilhete premiado, bjos.
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