Saberia contemplar os olhos da noite senão estivesse perdidos em meus pensamentos mais profundos, comportando-me como um flerte juvenil, de minhas lembranças mais dóceis, humildemente reconheço a flor que me entregaste naquele domingo, ali conheci o sentimento do amor e do carinho. Jamais esquecerei, o sopro fresco desse sentimento em meu coração.
Ainda em minhas permanentes doses de reflexões me embriago em suas frases, singelamente percorreram sobre meus ouvidos e brotaram os sonhos em minha mente, e hoje sei, que de tudo que sonhei, foi regado por ti. Comprometeria o final de uma valsa caso lhe encontrasse, permitindo a mim mesmo o gozo da dança.
Imagino que esteja bem ai, mesmo que não tenha notícias, e mesmo que quisesse. Tragando um pouco de meus pensamentos, reconhecendo e sorrindo. Pularia mais bambolês entre os mares, para chegar de encontro com os seus, se colidissem, jorraria uma grande cascata de êxtase.
O lamento do blues é o que ouço, para conformar com minha pequena condição de solitário, entre os lamaçais da dor da canção, sugo como uma árvore a forças da terra e supro meu peito delas, inutilmente, sem o carinho e o amor, penso que sou apenas uma árvore. Importunando as melodias com meus galhos e ferindo as letras com o horror de meu semblante.
Um pierrô? Se fosse personificado no blues, seria apenas um pierrô, ou quem diria um corvo sozinho, negro e triste, com seu talento e majestade, inibido por seu odor, o odor da inveja nos olhares que me percorrem.
Habito a imensidão de meu consciente, chegando até o grande vale com as hortaliças vistosas, sem o deserto e nem a maldade. Y, X, K, um fluído, injetado acerca que esqueça de meu passado, e siga em frente para o colosso da vida, e estribe de toda a dor.
- Marcos Leite
Adorei o post e este cantinho! Ansioso por desvendar mais deste "meu" novo lugar... abração!!!
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