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sábado, 30 de julho de 2011

Entontece-me


Os lábios doces da noite
Embriaga meu ser
Entontece meu anseio
Brevemente lhe ter

As cordas plangentes 
Guiavam o saber
Dos fôlegos perdidos
Desejos flamenjantes ter

O sopro da manha
Despertou-nos
O aroma confortável
Engraçou de amor.

-M.Leite

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Margaridas do campo


O sol encontrava as frestas
A janela estava solitária
O brusco aspecto do dia

Os olhos sondavam o vento
O mesmo bailava
Lá fora só tinha margaridas

Cantando e beijando
Pássaros e beija-flores
Enfeitava com maestria.

-M.Leite

sábado, 23 de julho de 2011

O adeus de Amy Winehouse


Olhos verdes cor da esperança, boca vermelha, nariz longo e belo, sorriso e cabelos negros, maquiagens e tatuagens, certos aspectos contavam um pouco de uma Diva, aquela de voz grave e rouca que envolvia os pensamentos e sentimentos, suas canções tocavam como o salve de seu tormento cotidiano. Poderia se pensar o que leva uma artista excepcional chegar ao ponto de deixar tudo e todos, por um pouco de paz momentânea com seus pequenos inimigos que a tragavam para o fim.
Soava como um estranha nesse mundo de belas, era um tanto desajeitada em seus saltos e seu sorriso era cômico, talvez nem mesmo soubesse como se portar diante de tantas câmeras e pessoas cuidando de sua vida o tempo todo. Mas sua diferença não era a quantidade do corpo que mostrava no palco, ou gafes espalhafatosas, algumas ocorreram, mas essa por sua vez era muito talentosa, de timbre garboso e forte demais para ser irreconhecível, talvez seu talento todo fosse mais um fardo em sua vida.
A brilhante Diva do soul, hoje está em paz, seu tormento cessou de vez, os dias, nem as pessoas, nem o sofrimento, nem nada vai incomodar mais, pois esse dia ela deixou de existir pra gente, mas fez o bastante para se consagrar como uma cantora, artista e personalidade. 


- M. Leite

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dia no escritório

As mãos que ficam sobre o teclado, pensando o tempo todo em quais letras pisarem, procurando a demência de sua sabedoria, ou descobrindo a lucidez de sua ignorância, os dedos andam conjuntos, guiados e respaldados. Mas o que os guia? O olhar ou o entendimento?
Sua mente fica confusa com o barulho que o rodeia, entre maquinários e telefones que não param nunca, ou mesmo o monitor que te encara o tempo todo não lhe deixa dúvida que esta sendo vigiado? Talvez você não goste de ter que olhar alguém, que o tempo todo te flerta.
Não é fácil compreender os motivos dos quais os prazos são exigidos, alguns impreterivelmente ao horário e dia marcado, a maioria deles só dão resultado após longos dias e grande demora, ou mesmo somente antecipam o sofá para sua mente ficar?
Os dias monótonos passam tão lentamente que podemos entender o quão cansativo é trabalhar com várias pessoas mudas, caso fossem papagaios o dia continuaria do mesmo jeito, as circunstâncias acerca do ocorrido momento são as mais pessoais do que profissionais, pois alguns olham pela janela e vêem o caminho de casa, outros a liberdade cotidiana.
Esse lodo que rodeia o ar aqui é invisível, não se pode ver, ele apenas é denso e sensitivo, com palavras e palavras de bocas e mais bocas que não param, o tempo todo abertas, grandes, com dentes e sorrisos. Mas elas não falam sozinhas, elas têm um amor, um parceiro, ele não é tão belo como ela, que é vermelha, quente, algumas finas outras carnudas, outras também mais negras, o que o cigarro não faz, não é mesmo? Seu parceiro não é tão belo e nem da mesma espécie nem gênero, ele é feito de plástico e metal, alguns fios e números, mas é generoso, você ouve e fala nele, no entanto é um pouco maldito, pois no fim do mês a fatura nunca tarda.
O que entendemos de relações pessoais e impessoais em um local de trabalho? Pessoas que se respeitam e agem cordialmente. Mas se colocarem o amor nessa poção pode virar um lar, acredito. Ainda assim não consigo parar de pensar os motivos que levam uns e outros se odiarem, se estão num local onde jorra o leite e o mel e pássaros cantam e borboletas voam.

- M. Leite

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mídia impressa


Percebemos que as vezes lêmos muitas coisas erradas, as palavras em muitas dessas ocasiões estão corretas, outras erradas, mas não digo de orações erradas, falta de concordância e verbos conjugados errôneamente. O que lêmos de errado é a opinião ácida dos jornais, eles dilaceram e sacrificam qualquer assunto ou pessoa, gostam muito de dar com uma mão e tirar com outra, a maioria deles, só tiram.
Algo que acontece na economia é dissertado como importante, com cautela e ficam de olho o tempo todo, qualquer deslize as línguas ferinas entram em ação, pois ninguém no mundo pode falhar, apenas os robôs. Um escritor ou cantor é ovacionado, sim é, pelos fãs, nunca vi alguém de talento verdadeiro que fosse agraciado e exaltado pela mídia, geralmente falta, os que ficam no Olimpo dos jornais, são os que lhe dão rentabilidade, as verdinhas, elas comandam a fama e as críticas boas. Será que os outros não são bons ou o colunista não admite que o nome de alguém seja mais elevado que o dele?
Além disso, somos impulsionados a julgar todos o tempo todo. Caso alguém fracasse é um prato cheio, se ela triunfa, todos ficam a espreita de seu declínio, a vontade de estar acima da colossal montanha é grande, mas o fardo da soberba faz os pequenos de alma não se moverem.
Porque nos importarmos com algo tão banal? A mídia é cotidiana, no outro dia, o jornal do dia anterior vai servir apenas para embulhar as bananas e abacates para o amadurecimento precoce.


- M. Leite
 
 
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