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sábado, 4 de janeiro de 2014

Memórias de Nina - Controvérsias


Parte 2.75

As pessoas são covardes, o mundo e as consequências talvez as fizeram assim, ou eu mesma posso ser uma mera covarde com os indicadores e a língua a espera de fazer uma crítica. É que nem sempre os vencedores são os que se dão melhor, as vezes você estar entre os melhores, não significa que você não seja o melhor em algo. As competições em alguns casos são irrelevantes, se os juízes são pessoas como eu, como podem escolher algo que não esteja em teu escopo de afinidades?
Você e eu nunca chegaremos a excelência e a perfeição, ninguém conseguirá, pois, ela não existe. A existência da perfeição só pode estar nos céus. A busca interminável pela perfeição, pela escrita difícil, pela pintura magistral e o perfeito acordo mundial que remete a ti inúmeros elogios, são empolgantes, mas isso não significa que é o melhor de todos.
A covardia dos homens não está apenas em competições, talvez o chamemos de imparcialidade, já a covardia é descoberta dentro de você mesmo, quando prejudica alguém com alguma mentira, o sadismo que instaura nos pulmões das pessoas, pode fazer bem ao ego, mas danifica o peito e em alguns caso nos presenteia com o remorso. Há inúmeros casos de covardia no planeta, com animais, pessoas, crianças, velhos e obras. Não sou uma doutora para me expressar de forma tão assertiva, mas a diferença dos tratamentos de crianças, pessoas e velhos são segregados.
Os velhos e as crianças estão próximos, pois a mentira e a enganação é muito comum, as pessoas, que assim podem ser considerados as adultas, gostam de trata-los assim, o tempo é também guardião dessa tal covardia, ele diminui o raciocínio dos mais velhos, e as crianças os presenteiam com a inocência. Quanto aos adultos, eles comprometem teu próprio tratamento, além de mentiras e enganações, adicionam a deslealdade e um pouco de inveja. Acho que estou nessa transação de criança/jovem para adulta e isso é um pouco deprimente.
Posso perceber que as ofensas são comum na vida adulta, e todo o plano de ser bonzinho quando pequeno é a esperança remanescente dos que já se tornaram adultos, acerca de tu não tornares como eles. E isso embora todos anseiam o resultado é o mesmo. Se tornarão uma faixa etária, independente de ter uma mente brilhante ou infantil. Será julgado e tratado  da mesma maneira do que os da sua idade. E a cobrança da vida adulta é etérea e cinzenta.
Estou com um pouco de inveja deles que estão nas árvores, não tenho tanta disposição quanto antes, se me arriscar a apanhar algumas jabuticabas, pode ser que escorregue e caia, estou com saudade de quando era menina, e as coisas pareciam um arrebol degradê, bonito, cândido e iluminado. Hoje parece que meus dias são todos iguais, são as mesmas atividades rotineiras, a malícia e as contas para pagar.
Um raio de luz é como uma flerte de esperança que vem das nuvens, sou uma adulta, mas me orgulho também, plena e convicta de quem sou, não totalmente como gostaria, mas sagaz o bastante para interpretar minha vida de diversas maneiras, e conseguir observar as outras. E apesar de eu participar de uma faixa etária, tenho a certeza que estou aqui, tenho minhas intenções e devaneios, não estou nesse mundo apenas para olhar ao redor e viver como um animal preso, mas compartilhar minha existência com os demais, já pensou que daqui duzentos anos pode ser que pesquisem sua vida como integrante importante da sociedade no tempo em que viveu?

- Marcos Leite


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