Alguns dos meus dias mais
extensos, estão entre os pedregulhos, as chagas e as lágrimas, permiti que
machucar-te, ferir-me-ia em efeito, um adeus, o beijo das sombras, o lamento.
Há um tiziu próximo a mim, o azul
negro, o belo passarinho, que fazes? Trazes as dores do passado? Pisco um de
meus olhos, e o encaro amigavelmente, estás aqui para recordar, os traços, o
fado, e as consequências. Belo voador, escura lembrança.
Intermitente outono, hoje o pesco
de supetão, as folhas se esgueiram sobre a bruma, os tons acinzentados reinam,
o escorregar do vento sobre os galhos que choram lágrimas de orvalho gélidas, o
nascimento melancólico de uma estação, o diluir do calor, e amornar do solo.
Minhas mãos solitárias, pintam,
sobre o papel enrugado, vejo um arlequim em meu reflexo, mas nas honras a ti,
desenho um tiziu.
- Marcos Leite
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