Pules, não intervenha, está a espreita
Um uivo, ouço, não passa de um ritual
O alarido dos pássaros na noite, não existe.
Um lago, aqui jaz minh'alma.
Corte o lábio, e perfure, a agulha desenha.
Chamarão te de bruxa, um elogio.
Lance ao fogo, as partes podres
Os corpos estão nos ataúdes, com fartura.
Sibil, és tu, a lua da noite
Grasne seu sorriso para o breu
Um feitiço, hedônico, letal.
Assopre as velas, sortilégio lançado.
Sentado aqui, sob o luar refegado
Olhos erguidos, no céu cinzento
Sou violento, e isso és um tormento.
Ao meu redor, sinto as pupilas rúbidas cada vez maiores
me confrontarem...
Elas me afrontam a trucidar
Olhando-me e dizendo-me:
O que houve com você, filho, voltarás a ser quem eras!
Transmutação.
Respondo-lhes com uma pergunta parecida:
O que houve com nós dois?
A vida se esvai assim, sem avisar
Surge no céu como uma nuvem vulgar...
- Dueto de Mauro Alves e Marcos Leite
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário