Os pensamentos que atormentam coisas do passado, ficam dentro de uma concha, a qual está em sua mente, ela não tem uma salinha de espera, mas poderia ter, eles lhe atormentam pois são inacabados, assuntos inacabados. As lembranças de cada um podem ser parecidas, mas cada um é réu confesso do sentir íntimo e restrito.
Dizem por aí que vivemos em nossas mentes, a vida não se resume a nada se não tivermos lembranças e fé, os passos dados são escolhas confusas, até mesmo para se comprar pão ou pagar uma conta. Dele nada é cobrado, mas o vento que bate em seu rosto, e os flertes que recebe nesse intervalo são conseqüência de sua escolha.
Algo pude pensar em todo tempo, esses dias sozinhos e vagos, lembranças de pessoas que desapareceram sem motivo. Compreender esses sentimentos é como sentar-se no sofá da mente e aguardar a ser chamado para entrar na sala de espera de assuntos inacabados.
Esses assuntos que não foram terminados são um fardo que cada um carrega, seja pela consciência, coração ou culpa. Os quais não são bem vistos, pois mexem em coisas já esquecidas e complicadas. Para outros são necessários, a vida de alguns caminha assim, e para eles não faz a menor diferença.
Consideração, uma palavra que é a chave de todas essas pendências, ela alerta e alivia, se ela intermediar entre o tempo e os atos, todos esses pacientes evitariam ficar na sala de espera. Ela foi morta por muitos, alguns nem se deram conta de que ela existiu alguma vez, outros a mantêm como a chama de uma lampião, humilde e protegida por uma redoma de vidro, para que não se acabe, caso apague, não se esquente, ela é uma pequena chama.
Vidas e acasos perdidos no mar de questionamentos, as possibilidades e oportunidades ganhas e perdidas são incontáveis, só que quem mata a consideração também mata o amor, o preço a ser pago pela homicídio é a dor.
O que lhe resta, nada mais é, dúvida e aflição!
- M.Leite