Há anos que não vemos fitas K7,
uma revolução musical ultrapassada, os discos de vinil estão empoeirados, os
CDs encaminham para o mesmo rumo e estamos sorrindo para a tecnologia com ímpeto
e ansiedade. E o tempo contribui para era digital, e estamos também numa
enxurrada musical como nunca antes vista, novos artistas, músicas, e sucessos.
O mundo musical continua o mesmo, mas hoje as dificuldades da exposição foram diminuídas
e a ascensão e oportunidade de compartilhar, a rede nos trouxe.
Onde há luz, também ao longe
podemos ver as trevas. Acontecimentos são o que a mídia trata, as redes sociais
disseminam informações, e os comentários tornou-se a arma de defesa dos usuários,
deliberam verdades, mentiras e opiniões. Quanto mais estamos a beira de um
abismo de possibilidades auditivas.
Os ditados populares vivem e
estendem sua vida útil por mais tempo que esperamos, diziam que os dias em
outrora eram mais duradouros, as musicas eram poesia e a sensualidade era
dedicada a atrizes ousadas. Se tocarmos em um jornal atual, talvez troquemos de
questionamentos, contrariando o passado, onde músicas duram um mês e logo após
esse período são descartadas devido o número gigantesco de artistas. Os dias
voam em estilo, quando damos conta já estamos no final de semana, e novamente
em nossos postos de trabalho. A qualidade da música mudou? Ou o foi a ascensão dos negligenciados pela indústria que tomou posse dos meios de divulgação?
Que era estamos? Até mesmo os
relacionamentos foram deixados de lado. Pessoas se animam por ligações, outras
por e-mails, e grande parte por conjectura, o fato de estar acompanhado, mesmo
que a afinidade esteja tão distante quanto os anos luz que medem os planetas,
massas, luz e a imensidão. Acreditas mesmo que fostes cativado?
Paradigmas e tabus, um status quebra-los.
Grande parte da população o faz todo o momento, mas nem sempre há um holofote
sobre suas cabeças, não que a conduta dos que possuem esse artefato seja vergonhosa,
todavia os fatos são demonstrados e anos correm e a manipulação e a calúnia
prosseguem como um analista em sua companhia, que envelhece e aprende como deve
ser a vida naquilo que escolheu, afrouxa as mangas e levanta as sobrancelhas em escárnio aos novos
colaboradores recém chegados.
Se um dia estiveres em uma canoa,
com um nativo a lhe mostrar um rio belo e brando, vais pensar o porque do mundo
se preocupar e motivar tanto a ganancia do homem. A paz de um passeio entre
arvores e o céu azul, que nos acometem a um arrebol no fim da tarde,
são mais prazerosas que inúmeros números #1 em alguma lista semanal.
Números, títulos, cerimônias e
premiações. Milhares seguem tal doutrina, e milhões pouco se importam. O mundo
só seria mundo se os viventes comportassem diferentes, até mesmo para que algo
seja exposto, há a necessidade de um pensante e outros conformados, pois se não
temos sequer um pensamento a divagar desafiando o que temos em frente a nossos
olhos, colaboraríamos melhor numa pintura de Cézanne ou Michelangelo, onde a
obra é inquestionável, mas os personagens não tem vida.
Há quem diga que a vida será
curta e breve, outros, longa e árdua. O que supor de um tempo onde estamos
predestinados a viver e morrer, mesmo que séculos passem após, e de nada
saibamos do futuro? Que importa o futuro se temos a vivência tão mínima em tal
gigante biosfera?
- Marcos Leite
Com certeza a qualidade da música mudou, não vemos mais nada parecido com um Bob Dylan, Chuck Berry, Nina, Cash... e por aí vai. Talvez a internet tenha uma grande parcela de culpa nisso daí sim. Interessante seu ensaio meu amigo, faça mais deles!
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