Camponesa

Insinuo a ti de cabelos louros

A rosa mais pura

Doçura dos campos

Flutua no galeio

As borboletas voariam ate ti

Se de teu corte azul

Bailasse a valsa do vento

Exalando o teu perfume , Oh! Mais bela das rosas

O sublime semblante entoa

O grito dos raios de luz

Refletindo tua face aos céus

Preciosa flor, gire!

Aprumam nas nuvens os querubins a te sondar

Chorando garoa de o’iro.

Cingindo a terra de teu bailar.

- Marcos Leite

Venturoso

Uma dose de sutileza floreia o ar

A flor enruga entre os ramalhetes

Da carquilha de tuas pálpebras

Olho os olhos violetas do passado.

Lufam os ventos louros

Abrilhantando a meninice do mancebo

Jovialmente coberto de ternura

De todas as iniquidades da puberdade

Rostos macilentos a espera

Circulam o esquife de arenito

Esquivando-se da luz

Um esplendor concebido, a tua lealdade.

- Marcos Leite

Infâmia

Encolhes os ombros, esgueirando-te

Uma lança ereta, sem apontamentos

A faísca de teu consciente

Fenece as flores de tua honra

Lados tortos, caminhos mornos

Consequências vãs, blefe profissional

Passado intacto, nudez ofuscada

Premissas de um anjo a anunciar

Socas os bolsos, por quê?

Amanhecera, venha!

O ato foi despido.

- Marcos Leite