Quero encenar um tango, e sua
melancolia flutue de meu corpo e pensamentos, inundado no lamento latino,
prendo então o garbo de minha meninice, esgotada pela crueldade de minha mente.
Quero ouvir o tango, para que entendas então o presente negro que o destino me
reservou, que o violino seja o barco entre os rostos sem vida e as luzes
vermelhas.
Um punhal, os sonhos podem sumir
se não o encaixares entre as vértebras corretas, já que se ilude desta maneira,
aconselharia um crime sutil. Fios de nylon, entregue aos corvos e retire uma
parcela de proveito, um pouco mais de dinheiro não o fará tão mal assim.
Distancia-se da luz, um vacilo, a
ruína.
Mire as estrelas, mas não fitando
como um animal admirado pela imensidão delas. És um assassino, ao menos
fume um charuto, isso não o tornarás nem melhor, tampouco pior, o peso da
imagem é o que conta no mundo, seja para um farsante ou um vigarista. Usas chapéu?
Os passos foram dados, e jazem
aqui, os tragados pela ironia do dinheiro, o mundo é um palco, onde o tango é apresentado
por todos, queira pelo dinheiro fácil, ou pelas edificações lentas da
honestidade. Presto-lhe tal serviço, assumindo a outro uma culpa menos favorável,
raramente o faria, mas é meu comparsa.
Tens cigarros sem filtro?
- Marcos Leite
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