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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Estranheza

 
Sozinho, á noite, solenemente quieto e baldio, as estrelas não existem mais, nem mesmo a relva tem cor. Os grandes pensamentos estão dissipados no ar, a mente se parece uma escadaria sem fim, grande, extensa e insegura. Quantos caem, como se cada neurônio fosse um indivíduo subindo simetricamente os degraus pequenos e escorregadiços sem apoio ou corrimões, parecendo mais uma festa de fogos de artifício ao invés de atingirem o topo das escadas mentais que ficam entre as nuvens do seu próprio intelecto confuso e misterioso.
Estranheza pensar que quem sabe não sejam escadas  e sim engrenagens lisas e engraxadas vacilando o tempo todo sua pueril intenção, sem resguardar a lucidez ativa de uma grande e robusta árvore de pensamentos conectados.
Indagações sobre o amor que jamais terá novamente, seus traços belos de linha impecável com maestria e garbo invejáveis, pernoitam qualquer mente que possa lembrar ou reconhecer seus olhos. Ah! Maktub?
Libélulas que sugam seu corpo de energias vitais e claras, libélulas verdes, libélulas azuis, libélulas, libélulas. Quem são vocês nesse espaço macabro?
- Intensa sua questão Sir Jones!
- Não sabia que tinha todas essas qualidades!?
Ah! Calhordas maculados fechem suas bocas porcas e imundas, deslizem suas mentes e corpos para uma caldeira fumegante e façam um favor a vocês mesmos.
Mente esquizofrênica, surreal, sarcástica, pútrida, amena, indulgente, colérica, quais são os outros adjetivos dados pelas pessoas. Um grande e titânico fardo ou um fio de barbante para carregarmos.
Ah! Escritores quem da importância para eles, se acham sempre os mais espertos, mostram o quanto pensam e usam do intelecto, a vida fica marcada nas letras, mas o que isso importa!? Imundos!
Notas e mais notas, odeio esse som, quebrem e incinerem esse instrumento, mesmo que seu feitiço já tenha sido lançado em minha mente e não consiga mais deixar de ouvi-lo em meu interior. Eu grito, soltem as cordas da fera, em umas de suas cabeças ele irá abocanhar Chopin, e deixará  todas suas notas no ar.
Escute, escute, escute, se falares mais duas vezes saberei que é uma zombaria. Se todo esse escárnio for para me incomodar, prefiro que não me chame, pois você não me faz mais feliz. E quiçá houve sentimento, atmosferas lúgubres o transportaram.

- M. Leite

4 comentários:

  1. ir para um mundo sem estrelas não é bom não. vlw

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  2. olá, mto bacana a postagem adorei
    só fiquei com uma dúvida, de quem seria essa segunda obra?

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  3. Angelica,
    Obrigado por acessar o Folheto Nanquim.
    Todas obras são feitas pelo M.Leite, um pseudônimo, no entanto todas obras são únicas e exclusivas e quando houver alguma reprodução terá menções.
    Obrigado pelo contato, caso não tenha respondido, por favor entre em contato.
    Saudações.

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