Hoje pela madrugada o galo não tardou a cantar, mas havia pessoas pra la e pra cá na rua, eram passos lentos, com pessoas cantando mais em um tom fúnebre do que feliz. Não era apenas uma ou outra pessoa, era centenas delas, com instrumentos tristes, pessoas falando e outras conversando no meio.
A casa era singela, havia duas janelinhas e um portão, havia pessoas dormindo nela, algumas nem acordaram com aquela passada pela rua. O barulho do lado de fora não incomodara alguns la dentro, ainda mais pela noite engrandecida que tivera ontem.
No meio das pessoas haviam um andor feito de madeira leve, rebuscado e ornamentado com traços finos, sobre esse, havia uma estátua bonita, com roupas desenhadas e feitas a mão, pois todos reparariam. As pessoas olhavam de forma singular e continua para ela, algumas olhavam e fechavam seus olhos, outras choravam, algumas faziam pedidos e outras ficavam questionando o porque esperar algo de um objeto feito de barro.
A moçinha que estava dentro de sua casa, era bem novinha, ainda cursava a quarta série, mas inteligência não lhe faltava, ela vendo toda aquela gente ficava admirada com tantos rostos novos em frente a sua casa, já que todos estavam dormindo, ela resolveu dar uma espiadinha lá fora da janela.
A madrugada ia se, findando e minguando cada segundo, todos aqueles sapatos, chinelos e saltos estavam chegando ao seu destino, a bandinha também, lenta ia com todos. Em certo deslize alguns dos integrantes da procissão cambaleou e derrubou o andor, houve muito arrepio, medo e susto, algumas ficaram aterrorizados pelo ocorrido, outros começaram a dizer que pragas viriam sobre todos, que maldições e sortilégios viriam a sua tenda.
Joaninha, a menininha apelidada, sorriu, com suas bochechas rosas e cabelos douradinhos, ela sabia que dali nada sairia, que o barro que foi feito, no quintal dela tinha bastante, sabia de toda sua ingenuidade que a graça e vida não se pode enxergar ou tocar, mas sim sentir, e sim entendia que a oração dela invadia os céus, pois seu coração acreditava no real amor, e sua vida fora gerada e criada por ela. De assalto Joaninha voltou para sua caminha, ajoelhou-se e pediu a benção para ela e os outros do lado de fora.
- M. Leite
quinta-feira, 23 de junho de 2011
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Feliz somos nós por sermos joaninhas !!
ResponderExcluirMe paro a questionar o que fará aqueles do lado de fora da casa quando o maior voltar !!!
Bela história amigo !!
DEUS abençoe
OI Parabéns,,, ja havia lido contos sobre o mesmo tema antes.... gostei do seu,... vc usou otimos detalhes.. o que permitiu visualizar bem...abraços FUBÁ
ResponderExcluirMuito bom, um amaneira difrente de lembrar o S.João numa perspectiva feminina, personagem infantil, sem maldade e a esperança sempre guardada em suas preces. vlw E bom São João apesar de hoje já ser 25.
ResponderExcluirOie...só passei p deixar um "oi" carinhoso e desejar uma boa semana.
ResponderExcluirBjs no coração,
Valéria
Lindo!!!
ResponderExcluirMuito bem expressado.
Bom saber que pessoas entendem o real sentido da vida e melhor ainda é saber o verdadeiro doador de toda vida: Deus.
parabens muito bom. Continue assim na fe no cristo jesus fotalecendo e dando graca.
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